
No mesmo dia da visita ao projeto de maracatu Calo na Mão, só que a noite, emendei outro evento, fui a uma festa junina da minha família.
Tal festa terminou durante a madrugada, e só no domingo de tarde/noite, consegui parar e refletir o que havia sido a minha ida ao maracatu. Costumava ir, com frequência, ao projeto Calo na Mão dois anos atrás, mas, por motivos pessoais, o tempo foi ficando mais apertado e acabei deixando de ir.
Retornar àquela escola foi uma mistura de sensações: nostalgia com euforia, assim que ouvi o som dos instrumentos e senti a energia que ali habitava, logo me animei e fui dançar como nos velhos tempos, mas não satisfeita ainda levei boa parte dos integrantes do grupo a desbravar o mundo do maracatu.
Passado algumas horas, pensei no quão elitizado ainda é tal projeto, já que poucas pessoas sabem da sua existência e por isso, atinge uma minoria, essa que durante todo o evento transborda alegria, diversidade, mas sobretudo, satisfação com todo o trabalho que ali se faz. Assim, posso dizer que esse evento me proporcionou sentimentos diversos, desde a retirada de um sorriso até, por fim, a alma transbordada de amor e alegria. Viver isso tudo ao lado de pessoas que eu acabara de conhecer tornou toda essa experiência ainda mais especial.
Sensações do dia seguinte:
Sensações do dia seguinte:
O dia seguinte teve pra mim um pouco de cansaço físico devido ao trajeto de ida e volta, mas, em compensação, as transmutações de energias superaram todas as expectativas.
Relato Sayane Chaves
Quando chegamos à escola, o local de ensaio do grupo de Maracatu, os integrantes estavam em roda na quadra de esportes e um homem dava recados ao grupo, agradecendo a presença de todos e dizendo como ele gostaria que o grupo se dedicasse mais a partir daquele momento porque eles não haviam ensaiado alguns dias anteriormente.
De primeira, achei que podíamos ter chegado tarde e que aquele era um encerramento porém logo a roda se desfez em palmas e todos foram para suas posições.
Percebi que esse mesmo homem ficava na frente das pessoas com instrumentos e atrás dele ficavam as mulheres com longas saias coloridas que fariam as danças e também havia um homem com saia e que fazia parte da dança.
O som era desconhecido por mim mas muito envolvente, já que era alto e tocado de maneira forte. O grupo da dança começou a girar conforme o ritmo e balançar as saias. As pessoas sentadas na arquibancada assim como nós, batiam palmas e se moviam conforme as batidas. Reconheci alguns instrumentos como o chocalho e o tambor mas o restante eu não conhecia os nomes.
Eles eram muito ritmados e seguiam em perfeita sincronia. Em vários momentos eles paravam para refazer algumas partes ou para chamar as pessoas que assistiam a participar e foi assim que a Jade levantou para dançar. Primeiro todos nós a observamos mas logo eu, as duas Mariana, a Gabriela e o Pedro nos juntamos a ela. Começamos a imitar os passos e tentar seguir no mesmo ritmo mas pra mim foi um pouco difícil, porém não me importei, foi bem divertido estar ali. Logo começamos a rodar e caminhar envolta do grupo que tocava e ao redor da quadra, também passamos por meio dos que tocavam, guiados pelas veteranas da dança. Rodopiei, girei e quase caí muitas vezes.
O grupo não só tocava como cantava também e o homem que ficava no centro não só regia mas parecia ser uma espécie de vocalista. Ele cantava e as pessoas repetiam. Logo apareceu uma voz feminina e percebi que uma mulher se juntou a ele. Depois de mais ou menos uma hora eles disseram que teriam que encerrar pois dali iriam descer para a rua de baixo para se apresentar na quermesse que ali teria. Então nós decidimos seguir com eles. Estavam com pressa, guardando os equipamentos para se locomover então não pudemos interrompe-los para fazer algumas perguntas sobre o grupo mas pedimos que tirassem uma foto nossa e aí foi quando eles perceberam que estávamos ali para fazer um trabalho de campo.
Disseram que haviam percebido que tinha gente diferente e mais nova e pediram para que voltássemos mais vezes. Saímos todos da escola então e descemos a rua encontrando uma praça bem movimentada, vimos um palco mas que no momento não tinha ninguém se apresentando e vimos uma mesa com muita comida. Estávamos todos com fome mas ali era comida coletiva que os moradores colocaram para compartilhar entre si então se quiséssemos desfrutar dos alimentos tínhamos que deixar algo ali também, então subimos novamente a procura de uma padaria.
Mudamos de ideia e ao invés de levar comida pra lá decidimos comer na padaria mesmo.
Nos sentamos e fizemos nossos pedidos enquanto assistíamos na TV o jogo de Portugal e Uruguai pelas oitavas de final da Copa do mundo. Eu não comi nada pois antes de sair da UF tinha comido na feirinha perto da universidade então não estava com tamanha fome como meus colegas. Muitos não almoçaram e não comeram nada durante a tarde. Comemos e vimos Portugal ser eliminado. A partir dali o cansaço bateu e o horário já estava envolta das 18h então decidimos que era hora de voltar. Pagaram suas refeições e fizemos o caminho de volta a estação Sumaré passando pelos mesmos prédios e ruas pouco movimentadas da vinda e se dividindo na chegada do metrô. Eu fui até a estação Tamanduateí para pegar o trem para Mauá, pegando após um ônibus a minha casa e chegando às 19:10h mais ou menos. Já estava escuro quando cheguei e no total gastei 8 reais de passagens contando ida e volta durante esse trabalho.
Sensações do dia seguinte:
Eu acordei bem tarde no domingo e não sonhei com nada durante a noite. Achei que por termos andando bastante e ter ficado o dia todo fora de casa eu acordaria com dores nas pernas mas não senti dor nenhuma e nem estava cansada. Eu acordei pensativa sobre os batuques que parecia que ainda ouvia na minha mente porém quando fui levantar da cama senti uma leve tontura. Aquele tipo de tontura que parece que você não tem firmeza no solo e qualquer movimento mais brusco vai te fazer cair no chão. Achei estranho e não sei se teve a ver com as giradas que dei enquanto dançava ao som do Maracatu. Talvez seja. Passei o dia inteiro com essa sensação e o pensamento de como seria legal participar novamente pra dançar mais no ritmo do que da primeira vez.
Relato Vinícius Coelho
Eu já conhecia o ritmo Maracatu, porém nunca tinha visto pessoalmente como funcionava. Ao começo do projeto o rapaz que estava conduzindo a oficina convidou a todos para participar, seja dançando ou tocando algum instrumento e, o mais interessante era que o fato de você saber ou não tocar era irrelevante, todos estavam ali para se divertir. Rapidamente os instrumentos foram ocupados e eles começaram a tocar. A princípio tinha apenas um rapaz dançando, mas logo depois outras pessoas se juntaram a ele e começaram a dançar também. O ritmo dos instrumentos era bastante envolvente de forma que a maioria das pessoas que estavam assistindo balançavam a cabeça acompanhando. Grande parte das pessoas estavam vestidas com roupas leves, como camisetas e vestidos, e havia muitas pessoas descalças. Ao longo da oficina as pessoas começaram a se empolgar e se sentirem mais confortáveis para participar, então de uma hora para outra muitas pessoas começaram a dançar, inclusive alguns integrantes do nosso grupo, com isso eles fizeram uma espécie de “trenzinho” de dança e começaram a dançar em volta da quadra e passando pelo meio da bateria, a energia era muito positiva e achei muito divertido o que estava contecendo.
Sensações do dia seguinte:
No dia seguinte acordei cerca das 10 da manhã, ainda estava um pouco cansado do evento, porém achei de valeu bastante a pena e que com certeza eu iria de novo para me enturmar mais e principalmente aprender sobre o ritmo e a cultura do maracatu.
Relato Mariana Lasincki
Quando chegamos na escola já tinha uma música bem alta e ritmada, era um som que havia me deixado completamente compenetrada. O grupo sentou-se com algumas pessoas que assistiam o evento e começamos a fotografar, filmar e anotar o que se passava na oficina. Havia muitos instrumentos que quem quisesse poderia ir tocar, a musicalidade do local me deixou nostálgica pois assemelhava-se muito ao som dos instrumentos da capoeira. Uns 10 minutos depois, algumas mulheres e um homem que vestiam saias longas e coloridíssimas começaram a dançar; era uma dança aparentemente simples, mas extremamente ritmada como os instrumento e linda. Envoltos pela situação boa parte do grupo (eu, Gabrielle, Mariana P., Jade, Sayane e Pedro) foi participar do Maracatu. Nesse momento, percebi que (pelo menos para mim) aquela dança não tinha nada de fácil, mas fomos muito bem acolhidos pelas pessoas que estavam ali e vieram nos instruir. Com o passar do tempo, entendi que se tratava de uma dança que não era muito regrada, mas seu corpo deveria seguir a batida dos instrumentos. Para mim os passos assemelhavam-se a danças indígenas e a ginga da capoeira.
Quando acabou senti uma surdez momentânea devido a música extremamente alta, mas eu estava realmente muito feliz. Fomos beber água e ficamos sabendo que haveria outra apresentação, dessa vez em uma festa junina que estava acontecendo próximo a escola. Decidimos ir. Era um trajeto realmente curto, nele pudemos observar melhor o bairro, ele era nitidamente de classe média alta com casas bem arquitetadas e muito arborizado. Chegando na praça notamos que estavam acontecendo algumas atividades recreativas, nas árvores tinham fitas onde as pessoas praticavam Slackline (maioria homem de uns 20 a 38 anos), e tinha algumas atividades circenses também como pessoas penduradas em panos, malabarismo (estava bem dividido entre homens e mulheres que tinham idades bem variadas). Havia muitas famílias ali (geralmente acompanhadas de crianças pequenas 0-10 anos). Descendo mais a praça achamos a festa junina, estava muito enfeitada, tocava músicas tradicionais da época do ano, era um ambiente muito aconchegante. Percebemos que havia uma mesa com muitas comidas típicas dispostas, perguntamos como participar e nos disseram que era só chegar com um prato para contribuir.
Resolvemos ir em uma padaria que havia ali perto no bairro mesmo buscar comida para participar da festa, andamos aproximadamente uns 5 minutos até encontrá-la. Lá decidimos comer ali mesmo, o local estava relativamente vazio e as pessoas que consumiam alguma coisa lá aparentavam ser de classe alta. Tinha uma TV estava passando o jogo da copa Portugal e Uruguai e assistimos o final do segundo tempo vendo Portugal ser eliminado da Copa. Eu consumi apenas um suco de laranja por que os preços eram muito altos nessa padaria. Quando terminamos decidimos voltar para casa.
A volta para estação de metrô Sumaré foi bem tranquila, fomos recordando o trajeto e dessa vez não nos perdemos. Não haviam muitas pessoas na rua e já estava escurecendo era aproximadamente 18:05. O metrô não estava muito cheio, alguns integrantes do grupo desceram umas estações antes da minha. Chegando no Tamanduateí ( eu, Gabrielle, Mariana P., Vinicius, Angely e Sayane ) fizemos baldeação para CPTM, o trem sentido rio grande da serra não demorou a passar mas estava bem cheio e havia muitos comerciante irregulares vendendo salgadinhos, doces e bebidas. As pessoas do trem estavam aparentemente cansadas deduzi que estavam voltando de seus trabalhos. As 18:25 chegamos na estação Prefeito Celso Daniel-Santo André onde desceu eu, a Gabrielle, a Mariana P e o Vinicius. Nos separamos na plataforma do ônibus, eu fui para G pegar o T-16 que não demorou pra passar esperei cerca de 10 minutos chegando em casa as 18:45.
O fato de não ter só observado, mas ter a chance de também participar do evento influenciou muito na minha concepção sobre o maracatu e principalmente na existência do projeto na cidade. Primeiro, eu fiquei extremamente encantada com esta vertente cultural e sem dúvidas pretendo voltar lá outras vezes. Segundo, ver pessoas tão acostumadas ao estilo urbano da nossa “selva de pedra” chamada São Paulo praticar algo tão regional, cultural e que foge tanto de estilo paulista é incrível. Lá pude perceber pessoas das mais variadas idades (mas majoritariamente adultos), etnias, classes sociais, gênero dando uma pausa em suas rotinas e se juntando para como dizia organizador do evento “brincar de Maracatu”.
Sensações do dia seguinte
No dia seguinte a ida ao Projeto Maracatu Bloco de Pedra eu estava bem cansada, acordei domingo por volta das 11:40 e já comecei o processo de reflexão do que havia se passado no dia anterior. A sensação de ter ido a tal evento foi muito boa porque embora eu já tenha participado de outras manifestações que expressem a cultura brasileira nunca estive em um como a oficina de Maracatu. Nele, pude perceber como o Brasil é riquíssimo culturalmente e que ainda temos pouca aproximação com nossas tradições populares, pois, me recordo que durante o evento me perguntei o porquê só tinha ouvido falar que Maracatu existia, mas nunca me aprofundei para saber o que era.
Foi com certeza um evento que me deixou encantada, feliz e acrescentou muito cultural e socialmente, e ainda me atentou a importância de buscar conhecer melhor as manifestações populares do país e eventos tão maravilhosos que a cidade disponibiliza. Relato Angely Bernardo
O dia em que fomos ao evento foi bem divertido. Saí de casa sábado de manhã para ir à aula de filosofia na Ufabc. Minha mãe me levou de carro até a Universidade para a aula que teve início às 11 da manhã, partimos da minha casa em Mauá, passamos por Santo André e fomos rumo à São Bernardo do Campo. O percurso até lá foi tranquilo e o trânsito estava fluindo muito bem. Na aula discutimos sobre o texto "Apologia de Sócrates", analisamos e debatemos para encontrar os argumentos e a tese do autor. Na sala tinham aproximadamente 30 alunos, um número bem reduzido pois 90 alunos estão matriculados na disciplina.
Quando a aula acabou me juntei com as pessoas do meu grupo para irmos ao evento.Pegamos o fretado da Ufabc até o terminal leste em Santo André.
Quando descemos do fretado, no terminal leste, uma moradora de rua nos abordou, todos pensamos que ela iria pedir dinheiro ou comida para o nosso grupo, mas ela nos surpreendeu ao pedir uma oração. Ao ouvir o pedido da senhora, fiquei comovida e orei por ela. Logo após começamos a cantar algumas músicas, a senhora era animada e foi muito gentil conosco. Depois disso, Jade perguntou de quais suprimentos ela estava precisando, e ela disse que precisava de cobertor e creme para o cabelo, ela nos mostrou onde estava dormindo, era um amontoado de papelão e madeira.
Quando chegamos ainda não havia começado, nos sentamos na arquibancada da quadra. A arquibancada estava um pouco vazia, mas havia bastante gente no centro da quadra participando da oficina. Havia muitos instrumentos, como, zabumbas, chocalhos, atabaques, alfaias, agbês e alguns outros. Antes de começarem a oficina eles estavam em roda, de mãos dadas e o líder do grupo passava algumas instruções sobre como seria o ensaio. Percebi que todos eram bem unidos, quando começaram a tocar e havia pessoas um pouco perdidas na execução dos instrumentos os outros ao lado o ajudavam. Eles eram muito sincronizados com as batidas no tempo forte e na cabeça do compasso da música, as baquetas subiam e desciam juntas. O som reverbava ao ar livre, criando um ritmo contagiante, havia um homem que cantava no microfone e as pessoas com os instrumentos cantavam em coro. Havia também muitos dançarinos, com saias esvoaçantes, dançavam algo que lembrava forró misturado com samba, rodando e levando as saias ao ar. Os dançarinos ficavam em uma área da quadra e depois saíam rodando em volta dos instrumentos fazendo uma fila. O ritmo contagiou tanto o grupo que Jade, Gabi, Sayane, Mariana P., Mariana L. e Pedro foram dançar. Eles pegaram os passos rápido, mas a dança não era sincronizada e uniforme, havia uma liberdade para se expressar e realizar os movimentos. Bastava deixar o ritmo guiar. Fiquei andando perto da quadra para conseguir bons ângulos para fotos. O ambiente era muito amigável, várias pessoas sorriram para mim, era como se afirmassem que eu era bem vinda alí e que podia ficar a vontade para participar e aproveitar o evento. Ao escutar as músicas tive a sensação de se tratarem de lendas antigas, algumas letras falavam sobre entidades, forças da natureza, era como um "mito cantado". O evento acabou às 16:30, tiramos algumas outras fotos. O grupo da oficina de maracatu iria se apresentar na festa junina da praça, então decidimos ir até a Praça. Ao chegar lá nos deparamos com um palco, uma estrutura de fogueira e um lugar com comidas típicas de festa junina. Estava bem cheio, mas o ambiente era bem agradável e tranquilo. Porém decidimos não ficar, pois estávamos cansados e com muita fome. Paramos em uma padaria para comer. Pedi um lanche e um suco. Depois que comemos, voltamos para a estação do metrô e cada um seguiu para um destino. Peguei a linha turquesa do trem para voltar para Mauá, eu e Sayane descemos na estação de Mauá. Fui direto para minha casa de carro, cheguei aproximadamente 18:45.
Sensações do dia seguinte :
Ao parar pra pensar sobre o evento concluí que havia sido uma experiência muito boa, conhecer um pouco sobre o maracatu, ir pra um lugar onde nunca havia ido antes e conversar com as pessoas do meu grupo. Tivemos uma ótima interação e eu fiquei feliz por isso, pois é sempre bom fazer novas amizades. Ao ver as fotos que tiramos fiquei orgulhosa e feliz da atividade que realizamos, será um momento de que lembrarei com carinho, e que me incentivou a conhecer lugares e movimentos culturais diferentes do que eu geralmente frequento.Senti uma mistura de satisfação, felicidade e contentamento.
Relato Gabriel Amaral
No dia do evento tivemos aula de TPF na UFABC, das 11h às 13h, fomos diretamente de lá. Não conhecia muito sobre Maracatu, inicialmente não estava muito empolgado sobre o evento, porém ao chegar nos arredores da escola pública começamos à escutar o som dos instrumentos e aquilo já foi transmitindo uma energia única. Foi uma experiência única pois estar em um evento de uma cultura na qual não tive nenhum contato anteriormente com pessoas que havia acabado de conhecer foi algo inesperado e especial.
A energia transmitida pelos instrumentos em sincronia e o vocal dos membros do grupo é algo indescritível, é uma sinestesia.
SENSAÇÕES DO DIA SEGUINTE
No dia seguinte acordei cansado, pois logo após chegar na estação Vila Matilde saí para uma festa, porém acordei com uma energia positiva pois além do contato com uma cultura nova, conheci melhor os integrantes do grupo e criei amizades. Foi uma experiência surpreendente que só me trouxe coisas boas. Apesar do evento ser um local distante da região na qual moro, tenho a vontade de retornar e reviver as sensações para não ser algo fútil e momentâneo com utilidade apenas para este trabalho

Relato Gabriel Colin
Todo o evento e a energia que os instrumentos, danças e pessoas continham me fizeram refletir sobre como eu, na maior parte das vezes, estou fechada no meu "mundo", pouco me abro para explorar novas culturas e lugares. Esquecendo o quanto isso pode ser libertador.
Ter essa experiência com certeza me instigou a vivenciar coisas novas e até mesmo voltar ao projeto mais vezes. Sem dúvidas tudo foi muito gratificante e a sensação de energia renovada me acompanhou durante alguns dias e ainda a sinto ao lembrar de todo evento.
Relato Pedro Enrico
Relato Sayane Chaves

De primeira, achei que podíamos ter chegado tarde e que aquele era um encerramento porém logo a roda se desfez em palmas e todos foram para suas posições.
Percebi que esse mesmo homem ficava na frente das pessoas com instrumentos e atrás dele ficavam as mulheres com longas saias coloridas que fariam as danças e também havia um homem com saia e que fazia parte da dança.
O som era desconhecido por mim mas muito envolvente, já que era alto e tocado de maneira forte. O grupo da dança começou a girar conforme o ritmo e balançar as saias. As pessoas sentadas na arquibancada assim como nós, batiam palmas e se moviam conforme as batidas. Reconheci alguns instrumentos como o chocalho e o tambor mas o restante eu não conhecia os nomes.
Eles eram muito ritmados e seguiam em perfeita sincronia. Em vários momentos eles paravam para refazer algumas partes ou para chamar as pessoas que assistiam a participar e foi assim que a Jade levantou para dançar. Primeiro todos nós a observamos mas logo eu, as duas Mariana, a Gabriela e o Pedro nos juntamos a ela. Começamos a imitar os passos e tentar seguir no mesmo ritmo mas pra mim foi um pouco difícil, porém não me importei, foi bem divertido estar ali. Logo começamos a rodar e caminhar envolta do grupo que tocava e ao redor da quadra, também passamos por meio dos que tocavam, guiados pelas veteranas da dança. Rodopiei, girei e quase caí muitas vezes.
O grupo não só tocava como cantava também e o homem que ficava no centro não só regia mas parecia ser uma espécie de vocalista. Ele cantava e as pessoas repetiam. Logo apareceu uma voz feminina e percebi que uma mulher se juntou a ele. Depois de mais ou menos uma hora eles disseram que teriam que encerrar pois dali iriam descer para a rua de baixo para se apresentar na quermesse que ali teria. Então nós decidimos seguir com eles. Estavam com pressa, guardando os equipamentos para se locomover então não pudemos interrompe-los para fazer algumas perguntas sobre o grupo mas pedimos que tirassem uma foto nossa e aí foi quando eles perceberam que estávamos ali para fazer um trabalho de campo.
Disseram que haviam percebido que tinha gente diferente e mais nova e pediram para que voltássemos mais vezes. Saímos todos da escola então e descemos a rua encontrando uma praça bem movimentada, vimos um palco mas que no momento não tinha ninguém se apresentando e vimos uma mesa com muita comida. Estávamos todos com fome mas ali era comida coletiva que os moradores colocaram para compartilhar entre si então se quiséssemos desfrutar dos alimentos tínhamos que deixar algo ali também, então subimos novamente a procura de uma padaria.
Mudamos de ideia e ao invés de levar comida pra lá decidimos comer na padaria mesmo.
Nos sentamos e fizemos nossos pedidos enquanto assistíamos na TV o jogo de Portugal e Uruguai pelas oitavas de final da Copa do mundo. Eu não comi nada pois antes de sair da UF tinha comido na feirinha perto da universidade então não estava com tamanha fome como meus colegas. Muitos não almoçaram e não comeram nada durante a tarde. Comemos e vimos Portugal ser eliminado. A partir dali o cansaço bateu e o horário já estava envolta das 18h então decidimos que era hora de voltar. Pagaram suas refeições e fizemos o caminho de volta a estação Sumaré passando pelos mesmos prédios e ruas pouco movimentadas da vinda e se dividindo na chegada do metrô. Eu fui até a estação Tamanduateí para pegar o trem para Mauá, pegando após um ônibus a minha casa e chegando às 19:10h mais ou menos. Já estava escuro quando cheguei e no total gastei 8 reais de passagens contando ida e volta durante esse trabalho.
Sensações do dia seguinte:
Eu acordei bem tarde no domingo e não sonhei com nada durante a noite. Achei que por termos andando bastante e ter ficado o dia todo fora de casa eu acordaria com dores nas pernas mas não senti dor nenhuma e nem estava cansada. Eu acordei pensativa sobre os batuques que parecia que ainda ouvia na minha mente porém quando fui levantar da cama senti uma leve tontura. Aquele tipo de tontura que parece que você não tem firmeza no solo e qualquer movimento mais brusco vai te fazer cair no chão. Achei estranho e não sei se teve a ver com as giradas que dei enquanto dançava ao som do Maracatu. Talvez seja. Passei o dia inteiro com essa sensação e o pensamento de como seria legal participar novamente pra dançar mais no ritmo do que da primeira vez.
Relato Vinícius Coelho
Eu já conhecia o ritmo Maracatu, porém nunca tinha visto pessoalmente como funcionava. Ao começo do projeto o rapaz que estava conduzindo a oficina convidou a todos para participar, seja dançando ou tocando algum instrumento e, o mais interessante era que o fato de você saber ou não tocar era irrelevante, todos estavam ali para se divertir. Rapidamente os instrumentos foram ocupados e eles começaram a tocar. A princípio tinha apenas um rapaz dançando, mas logo depois outras pessoas se juntaram a ele e começaram a dançar também. O ritmo dos instrumentos era bastante envolvente de forma que a maioria das pessoas que estavam assistindo balançavam a cabeça acompanhando. Grande parte das pessoas estavam vestidas com roupas leves, como camisetas e vestidos, e havia muitas pessoas descalças. Ao longo da oficina as pessoas começaram a se empolgar e se sentirem mais confortáveis para participar, então de uma hora para outra muitas pessoas começaram a dançar, inclusive alguns integrantes do nosso grupo, com isso eles fizeram uma espécie de “trenzinho” de dança e começaram a dançar em volta da quadra e passando pelo meio da bateria, a energia era muito positiva e achei muito divertido o que estava contecendo.
Sensações do dia seguinte:
No dia seguinte acordei cerca das 10 da manhã, ainda estava um pouco cansado do evento, porém achei de valeu bastante a pena e que com certeza eu iria de novo para me enturmar mais e principalmente aprender sobre o ritmo e a cultura do maracatu.
Relato Mariana Lasincki
Quando chegamos na escola já tinha uma música bem alta e ritmada, era um som que havia me deixado completamente compenetrada. O grupo sentou-se com algumas pessoas que assistiam o evento e começamos a fotografar, filmar e anotar o que se passava na oficina. Havia muitos instrumentos que quem quisesse poderia ir tocar, a musicalidade do local me deixou nostálgica pois assemelhava-se muito ao som dos instrumentos da capoeira. Uns 10 minutos depois, algumas mulheres e um homem que vestiam saias longas e coloridíssimas começaram a dançar; era uma dança aparentemente simples, mas extremamente ritmada como os instrumento e linda. Envoltos pela situação boa parte do grupo (eu, Gabrielle, Mariana P., Jade, Sayane e Pedro) foi participar do Maracatu. Nesse momento, percebi que (pelo menos para mim) aquela dança não tinha nada de fácil, mas fomos muito bem acolhidos pelas pessoas que estavam ali e vieram nos instruir. Com o passar do tempo, entendi que se tratava de uma dança que não era muito regrada, mas seu corpo deveria seguir a batida dos instrumentos. Para mim os passos assemelhavam-se a danças indígenas e a ginga da capoeira.
Quando acabou senti uma surdez momentânea devido a música extremamente alta, mas eu estava realmente muito feliz. Fomos beber água e ficamos sabendo que haveria outra apresentação, dessa vez em uma festa junina que estava acontecendo próximo a escola. Decidimos ir. Era um trajeto realmente curto, nele pudemos observar melhor o bairro, ele era nitidamente de classe média alta com casas bem arquitetadas e muito arborizado. Chegando na praça notamos que estavam acontecendo algumas atividades recreativas, nas árvores tinham fitas onde as pessoas praticavam Slackline (maioria homem de uns 20 a 38 anos), e tinha algumas atividades circenses também como pessoas penduradas em panos, malabarismo (estava bem dividido entre homens e mulheres que tinham idades bem variadas). Havia muitas famílias ali (geralmente acompanhadas de crianças pequenas 0-10 anos). Descendo mais a praça achamos a festa junina, estava muito enfeitada, tocava músicas tradicionais da época do ano, era um ambiente muito aconchegante. Percebemos que havia uma mesa com muitas comidas típicas dispostas, perguntamos como participar e nos disseram que era só chegar com um prato para contribuir.
Resolvemos ir em uma padaria que havia ali perto no bairro mesmo buscar comida para participar da festa, andamos aproximadamente uns 5 minutos até encontrá-la. Lá decidimos comer ali mesmo, o local estava relativamente vazio e as pessoas que consumiam alguma coisa lá aparentavam ser de classe alta. Tinha uma TV estava passando o jogo da copa Portugal e Uruguai e assistimos o final do segundo tempo vendo Portugal ser eliminado da Copa. Eu consumi apenas um suco de laranja por que os preços eram muito altos nessa padaria. Quando terminamos decidimos voltar para casa.
A volta para estação de metrô Sumaré foi bem tranquila, fomos recordando o trajeto e dessa vez não nos perdemos. Não haviam muitas pessoas na rua e já estava escurecendo era aproximadamente 18:05. O metrô não estava muito cheio, alguns integrantes do grupo desceram umas estações antes da minha. Chegando no Tamanduateí ( eu, Gabrielle, Mariana P., Vinicius, Angely e Sayane ) fizemos baldeação para CPTM, o trem sentido rio grande da serra não demorou a passar mas estava bem cheio e havia muitos comerciante irregulares vendendo salgadinhos, doces e bebidas. As pessoas do trem estavam aparentemente cansadas deduzi que estavam voltando de seus trabalhos. As 18:25 chegamos na estação Prefeito Celso Daniel-Santo André onde desceu eu, a Gabrielle, a Mariana P e o Vinicius. Nos separamos na plataforma do ônibus, eu fui para G pegar o T-16 que não demorou pra passar esperei cerca de 10 minutos chegando em casa as 18:45.
O fato de não ter só observado, mas ter a chance de também participar do evento influenciou muito na minha concepção sobre o maracatu e principalmente na existência do projeto na cidade. Primeiro, eu fiquei extremamente encantada com esta vertente cultural e sem dúvidas pretendo voltar lá outras vezes. Segundo, ver pessoas tão acostumadas ao estilo urbano da nossa “selva de pedra” chamada São Paulo praticar algo tão regional, cultural e que foge tanto de estilo paulista é incrível. Lá pude perceber pessoas das mais variadas idades (mas majoritariamente adultos), etnias, classes sociais, gênero dando uma pausa em suas rotinas e se juntando para como dizia organizador do evento “brincar de Maracatu”.
Sensações do dia seguinte
No dia seguinte a ida ao Projeto Maracatu Bloco de Pedra eu estava bem cansada, acordei domingo por volta das 11:40 e já comecei o processo de reflexão do que havia se passado no dia anterior. A sensação de ter ido a tal evento foi muito boa porque embora eu já tenha participado de outras manifestações que expressem a cultura brasileira nunca estive em um como a oficina de Maracatu. Nele, pude perceber como o Brasil é riquíssimo culturalmente e que ainda temos pouca aproximação com nossas tradições populares, pois, me recordo que durante o evento me perguntei o porquê só tinha ouvido falar que Maracatu existia, mas nunca me aprofundei para saber o que era.
Foi com certeza um evento que me deixou encantada, feliz e acrescentou muito cultural e socialmente, e ainda me atentou a importância de buscar conhecer melhor as manifestações populares do país e eventos tão maravilhosos que a cidade disponibiliza. Relato Angely Bernardo
O dia em que fomos ao evento foi bem divertido. Saí de casa sábado de manhã para ir à aula de filosofia na Ufabc. Minha mãe me levou de carro até a Universidade para a aula que teve início às 11 da manhã, partimos da minha casa em Mauá, passamos por Santo André e fomos rumo à São Bernardo do Campo. O percurso até lá foi tranquilo e o trânsito estava fluindo muito bem. Na aula discutimos sobre o texto "Apologia de Sócrates", analisamos e debatemos para encontrar os argumentos e a tese do autor. Na sala tinham aproximadamente 30 alunos, um número bem reduzido pois 90 alunos estão matriculados na disciplina.
Quando a aula acabou me juntei com as pessoas do meu grupo para irmos ao evento.Pegamos o fretado da Ufabc até o terminal leste em Santo André.
Quando descemos do fretado, no terminal leste, uma moradora de rua nos abordou, todos pensamos que ela iria pedir dinheiro ou comida para o nosso grupo, mas ela nos surpreendeu ao pedir uma oração. Ao ouvir o pedido da senhora, fiquei comovida e orei por ela. Logo após começamos a cantar algumas músicas, a senhora era animada e foi muito gentil conosco. Depois disso, Jade perguntou de quais suprimentos ela estava precisando, e ela disse que precisava de cobertor e creme para o cabelo, ela nos mostrou onde estava dormindo, era um amontoado de papelão e madeira.
Quando chegamos ainda não havia começado, nos sentamos na arquibancada da quadra. A arquibancada estava um pouco vazia, mas havia bastante gente no centro da quadra participando da oficina. Havia muitos instrumentos, como, zabumbas, chocalhos, atabaques, alfaias, agbês e alguns outros. Antes de começarem a oficina eles estavam em roda, de mãos dadas e o líder do grupo passava algumas instruções sobre como seria o ensaio. Percebi que todos eram bem unidos, quando começaram a tocar e havia pessoas um pouco perdidas na execução dos instrumentos os outros ao lado o ajudavam. Eles eram muito sincronizados com as batidas no tempo forte e na cabeça do compasso da música, as baquetas subiam e desciam juntas. O som reverbava ao ar livre, criando um ritmo contagiante, havia um homem que cantava no microfone e as pessoas com os instrumentos cantavam em coro. Havia também muitos dançarinos, com saias esvoaçantes, dançavam algo que lembrava forró misturado com samba, rodando e levando as saias ao ar. Os dançarinos ficavam em uma área da quadra e depois saíam rodando em volta dos instrumentos fazendo uma fila. O ritmo contagiou tanto o grupo que Jade, Gabi, Sayane, Mariana P., Mariana L. e Pedro foram dançar. Eles pegaram os passos rápido, mas a dança não era sincronizada e uniforme, havia uma liberdade para se expressar e realizar os movimentos. Bastava deixar o ritmo guiar. Fiquei andando perto da quadra para conseguir bons ângulos para fotos. O ambiente era muito amigável, várias pessoas sorriram para mim, era como se afirmassem que eu era bem vinda alí e que podia ficar a vontade para participar e aproveitar o evento. Ao escutar as músicas tive a sensação de se tratarem de lendas antigas, algumas letras falavam sobre entidades, forças da natureza, era como um "mito cantado". O evento acabou às 16:30, tiramos algumas outras fotos. O grupo da oficina de maracatu iria se apresentar na festa junina da praça, então decidimos ir até a Praça. Ao chegar lá nos deparamos com um palco, uma estrutura de fogueira e um lugar com comidas típicas de festa junina. Estava bem cheio, mas o ambiente era bem agradável e tranquilo. Porém decidimos não ficar, pois estávamos cansados e com muita fome. Paramos em uma padaria para comer. Pedi um lanche e um suco. Depois que comemos, voltamos para a estação do metrô e cada um seguiu para um destino. Peguei a linha turquesa do trem para voltar para Mauá, eu e Sayane descemos na estação de Mauá. Fui direto para minha casa de carro, cheguei aproximadamente 18:45.
Sensações do dia seguinte :
Ao parar pra pensar sobre o evento concluí que havia sido uma experiência muito boa, conhecer um pouco sobre o maracatu, ir pra um lugar onde nunca havia ido antes e conversar com as pessoas do meu grupo. Tivemos uma ótima interação e eu fiquei feliz por isso, pois é sempre bom fazer novas amizades. Ao ver as fotos que tiramos fiquei orgulhosa e feliz da atividade que realizamos, será um momento de que lembrarei com carinho, e que me incentivou a conhecer lugares e movimentos culturais diferentes do que eu geralmente frequento.Senti uma mistura de satisfação, felicidade e contentamento.
Relato Gabriel Amaral
No dia do evento tivemos aula de TPF na UFABC, das 11h às 13h, fomos diretamente de lá. Não conhecia muito sobre Maracatu, inicialmente não estava muito empolgado sobre o evento, porém ao chegar nos arredores da escola pública começamos à escutar o som dos instrumentos e aquilo já foi transmitindo uma energia única. Foi uma experiência única pois estar em um evento de uma cultura na qual não tive nenhum contato anteriormente com pessoas que havia acabado de conhecer foi algo inesperado e especial.
A energia transmitida pelos instrumentos em sincronia e o vocal dos membros do grupo é algo indescritível, é uma sinestesia.
SENSAÇÕES DO DIA SEGUINTE
No dia seguinte acordei cansado, pois logo após chegar na estação Vila Matilde saí para uma festa, porém acordei com uma energia positiva pois além do contato com uma cultura nova, conheci melhor os integrantes do grupo e criei amizades. Foi uma experiência surpreendente que só me trouxe coisas boas. Apesar do evento ser um local distante da região na qual moro, tenho a vontade de retornar e reviver as sensações para não ser algo fútil e momentâneo com utilidade apenas para este trabalho

Relato Gabriel Colin
No dia do evento estava um pouco tenso pois tinha um compromisso importante no dia seguinte. Uma das primeiras percepções ao longo do evento é a de que eu havia, de certa forma, esquecido esse compromisso, o que, por si só, foi muito positivo.
Durante o evento, fiz algumas observações sobre alguns aspectos que me chamaram a atenção. O principal foi que a organização do grupo, que era diferente do que eu esperava. Diferentemente de outras apresentações musicais que havia atendido, as divisões dos músicos e dançarinos não seguia padrões de idade, gênero ou nível de experiência, já que os próprios espectadores poderiam integrar o grupo em várias funções. Além disso, não havia um padrão de vestimenta: embora todas apresentassem cores vívidas (algumas estampadas) e aparentassem ser leves havia vestidos de diferentes estampas e tamanhos para as dançarinas, músicos com e sem chapéus, etc. Isso poderia se tornar mais diversificado ainda caso houvesse a integração dos espectadores.
Antes da apresentação do grupo Bloco de Pedra, eu desconhecia o ritmo do Maracatu e era muito pouco envolvido com ritmos do Nordeste. Porém, durante a apresentação, mesmo não sabendo exatamente a “sequência”, pela lógica participativa e familiar, senti uma conexão com a oficina Calo na Mão, fazendo com que o cansaço da semana fosse amenizado.Indo para o evento, o grupo foi na direção errada, o que consumiu o tempo de almoço. Logo, no final da oficina, estávamos com fome mas com sentimento de realização.
Sensações do dia seguinte:
No dia seguinte, quando acordei estava com a sensação de ouvir as batidas dos tambores, já que na maior parte do tempo estava ao lado dos instrumentos. Em contrapartida, estava muito mais tranquilo para o meu compromisso, em parte, por conta do evento de Maracatu. O evento superou muito minhas expectativas e me fez conhecer uma nova cultura, instrumentos musicais inusitados e um novo ritmo para ouvir quando quiser melhorar o astral.
Relato Mariana Pimenta
Acordei cedo no dia do evento, comecei a organizar algumas coisas antes de passar o dia fora e fui até a casa da minha avó para almoçar. Havia escolhido uma roupa confortável e tênis, pois já sabia que o dia seria longo. Almocei e quando o grupo me mandou mensagem avisando que estavam saindo da reposição de aula na UF resolvi ir para estação, onde combinamos de nos encontrar. Fui de carro até a estação, o caminho não era muito longo, haviam várias pessoas e carros na rua, o céu estava azul e o sol estava forte fazendo a temperatura se elevar, era um dia bem atípico de inverno. Cheguei na estação e encontrei o Vinicius que já estava lá há alguns minutos, ficamos esperando o resto do grupo chegar e enquanto isso pessoas de várias idades, etnias, gêneros e com estilos diferentes passavam por nós. Não demorou muito e o resto do grupo chegou, compramos os bilhetes e fomos esperar o trem. Conversamos bastante durante o percurso inteiro, o trem estava bem lotado e haviam alguns ambulantes vendendo coisas diversas (fone, bala, chocolate, cerveja). Fizemos baldeação e entramos no metrô que também estava lotado, mas foi esvaziando conforme iam passando as estações.
Chegamos na estação de Sumaré e eu, assim como todos do grupo, comecei a tirar várias fotos já que tinham muitas árvores e a paisagem chamava atenção. Seguimos o caminho tirando fotos e quase fomos assaltados, fiquei bem assustada, mas depois acabei rindo assim como todos, já que a situação foi engraçada. Nos perdemos, mas depois achamos o caminho. Quando estávamos chegando na escola do evento já dava para ouvir da rua o som dos instrumentos, fiquei curiosa e ansiosa para ver.
Quando entramos todos já estavam em roda e um homem que parecia comandar o grupo começou a falar algumas coisas. Sentamos na arquibancada, assim como algumas pessoas que acompanhavam o evento, e começamos a tirar fotos. Haviam pessoas de todos os jeitos, homens, mulheres, negros, brancos, pessoas mais velhas, jovens. A maioria vestia roupas leves e coloridas, algumas mulheres vestiam saias e vestidos longos e coloridos. E um homem vestido de saia chamava atenção em meio a todos. Haviam vários instrumentos, como surdo e chocalho. Depois de algum tempo que o grupo conversou em roda foram todos para seus lugares, alguns pegaram instrumentos e as mulheres e o único homem de saia foram para o fundo da quadra, algumas pessoas assumiram os microfones e começaram a apresentação. O som dos instrumentos, a cantoria e a dança me chamaram muita atenção era diferente de tudo que já havia visto. As pessoas pareciam muito felizes, leves e passavam um ar de liberdade. Todos podiam participar, tanto tocando quanto dançando, mas eu estava bem tímida, até que a Jade que já tinha dançado nos chamou para dançar também e eu, assim como alguns membros, topei. No começo foi bem difícil, apesar do passos parecerem bem fáceis, mas depois acabei conseguindo acompanhar e foi uma experiência incrível. Rodávamos e dançávamos no ritmo dos instrumentos ao redor da quadra repetindo quase sempre o mesmo passo de formas diferentes. O evento acabou e nos avisaram que eles iriam se apresentar em uma praça ali próximo onde estava havendo uma quermesse, nos dirigimos pra lá e encontramos uma praça bem cheia e diversa. Haviam pessoas praticando slackline, sentadas, subindo em panos e conversando, a grande maioria eram jovens. Descemos a praça e avistamos a quermesse, mas era bem diferente da que estávamos acostumados, não tinham barraquinhas e sim uma mesa comunitária, ou seja, tinha que deixar um prato e assim poderia comer tudo que estava lá. Nessa parte haviam crianças e várias famílias. Esperamos um pouco e não achamos o grupo de maracatu, então fomos para uma padaria. Chegamos na padaria e fomos ver o jogo de Portugal x Uruguai, comemos e ficamos felizes com a eliminação de Portugal (risos). Saímos de lá direto para estação de metrô, passamos por ruas não muito movimentadas, mas cheias de bares e restaurantes. Na entrada do metrô tiramos algumas fotos do céu que estava muito colorido devido ao pôr do sol e fomos comprar nossos bilhetes. Entramos no metrô e não estava muito cheio, alguns sentaram e outros ficaram em pé. Alguns desceram em estações diferentes e outros, assim como eu, desceram na estação Tamanduateí. Fizemos baldeação e pegamos o trem bem lotado, como era sábado muitas pessoas pareciam estar voltando do trabalho. Desci na estação Prefeito Celso Daniel que estava bem cheia e fui para o terminal pegar o ônibus. Esperei pouco e em poucos minutos estava dentro do ônibus, nesse momento o cansaço já havia batido, mas estava bem feliz por tudo que tinha acontecido durante o dia.
Sensações do dia seguinte:
No dia posterior ao evento acordei com algumas dores no corpo devido as danças e ao cansaço, mas isso não foi ruim pois me fez lembrar o quanto foi bom participar e perder a vergonha de me arriscar em uma dança que eu nem se quer tinha ouvido falar antes. Acordei cedo no dia do evento, comecei a organizar algumas coisas antes de passar o dia fora e fui até a casa da minha avó para almoçar. Havia escolhido uma roupa confortável e tênis, pois já sabia que o dia seria longo. Almocei e quando o grupo me mandou mensagem avisando que estavam saindo da reposição de aula na UF resolvi ir para estação, onde combinamos de nos encontrar. Fui de carro até a estação, o caminho não era muito longo, haviam várias pessoas e carros na rua, o céu estava azul e o sol estava forte fazendo a temperatura se elevar, era um dia bem atípico de inverno. Cheguei na estação e encontrei o Vinicius que já estava lá há alguns minutos, ficamos esperando o resto do grupo chegar e enquanto isso pessoas de várias idades, etnias, gêneros e com estilos diferentes passavam por nós. Não demorou muito e o resto do grupo chegou, compramos os bilhetes e fomos esperar o trem. Conversamos bastante durante o percurso inteiro, o trem estava bem lotado e haviam alguns ambulantes vendendo coisas diversas (fone, bala, chocolate, cerveja). Fizemos baldeação e entramos no metrô que também estava lotado, mas foi esvaziando conforme iam passando as estações.
Chegamos na estação de Sumaré e eu, assim como todos do grupo, comecei a tirar várias fotos já que tinham muitas árvores e a paisagem chamava atenção. Seguimos o caminho tirando fotos e quase fomos assaltados, fiquei bem assustada, mas depois acabei rindo assim como todos, já que a situação foi engraçada. Nos perdemos, mas depois achamos o caminho. Quando estávamos chegando na escola do evento já dava para ouvir da rua o som dos instrumentos, fiquei curiosa e ansiosa para ver.
Quando entramos todos já estavam em roda e um homem que parecia comandar o grupo começou a falar algumas coisas. Sentamos na arquibancada, assim como algumas pessoas que acompanhavam o evento, e começamos a tirar fotos. Haviam pessoas de todos os jeitos, homens, mulheres, negros, brancos, pessoas mais velhas, jovens. A maioria vestia roupas leves e coloridas, algumas mulheres vestiam saias e vestidos longos e coloridos. E um homem vestido de saia chamava atenção em meio a todos. Haviam vários instrumentos, como surdo e chocalho. Depois de algum tempo que o grupo conversou em roda foram todos para seus lugares, alguns pegaram instrumentos e as mulheres e o único homem de saia foram para o fundo da quadra, algumas pessoas assumiram os microfones e começaram a apresentação. O som dos instrumentos, a cantoria e a dança me chamaram muita atenção era diferente de tudo que já havia visto. As pessoas pareciam muito felizes, leves e passavam um ar de liberdade. Todos podiam participar, tanto tocando quanto dançando, mas eu estava bem tímida, até que a Jade que já tinha dançado nos chamou para dançar também e eu, assim como alguns membros, topei. No começo foi bem difícil, apesar do passos parecerem bem fáceis, mas depois acabei conseguindo acompanhar e foi uma experiência incrível. Rodávamos e dançávamos no ritmo dos instrumentos ao redor da quadra repetindo quase sempre o mesmo passo de formas diferentes. O evento acabou e nos avisaram que eles iriam se apresentar em uma praça ali próximo onde estava havendo uma quermesse, nos dirigimos pra lá e encontramos uma praça bem cheia e diversa. Haviam pessoas praticando slackline, sentadas, subindo em panos e conversando, a grande maioria eram jovens. Descemos a praça e avistamos a quermesse, mas era bem diferente da que estávamos acostumados, não tinham barraquinhas e sim uma mesa comunitária, ou seja, tinha que deixar um prato e assim poderia comer tudo que estava lá. Nessa parte haviam crianças e várias famílias. Esperamos um pouco e não achamos o grupo de maracatu, então fomos para uma padaria. Chegamos na padaria e fomos ver o jogo de Portugal x Uruguai, comemos e ficamos felizes com a eliminação de Portugal (risos). Saímos de lá direto para estação de metrô, passamos por ruas não muito movimentadas, mas cheias de bares e restaurantes. Na entrada do metrô tiramos algumas fotos do céu que estava muito colorido devido ao pôr do sol e fomos comprar nossos bilhetes. Entramos no metrô e não estava muito cheio, alguns sentaram e outros ficaram em pé. Alguns desceram em estações diferentes e outros, assim como eu, desceram na estação Tamanduateí. Fizemos baldeação e pegamos o trem bem lotado, como era sábado muitas pessoas pareciam estar voltando do trabalho. Desci na estação Prefeito Celso Daniel que estava bem cheia e fui para o terminal pegar o ônibus. Esperei pouco e em poucos minutos estava dentro do ônibus, nesse momento o cansaço já havia batido, mas estava bem feliz por tudo que tinha acontecido durante o dia.
Sensações do dia seguinte:
Todo o evento e a energia que os instrumentos, danças e pessoas continham me fizeram refletir sobre como eu, na maior parte das vezes, estou fechada no meu "mundo", pouco me abro para explorar novas culturas e lugares. Esquecendo o quanto isso pode ser libertador.
Ter essa experiência com certeza me instigou a vivenciar coisas novas e até mesmo voltar ao projeto mais vezes. Sem dúvidas tudo foi muito gratificante e a sensação de energia renovada me acompanhou durante alguns dias e ainda a sinto ao lembrar de todo evento.
Relato Pedro Enrico
Assim que cheguei no evento fui inundado por uma onda de nostalgia. Reconheci de imediato o agbê (uma cabaça envolvida por uma teia de miçangas), os tambores e as zabumbas dos sambas-de-roda das aulas de capoeira que fiz anos atrás. Quando chegamos os músicos e dançarinos estavam em roda falando sobre o que haviam tocado e aprendido, eu achei que tínhamos visto o horário errado e que o evento tinha acabado, mas logo a roda se desfez, o homem que aparentemente comandava o grupo convidou as pessoas na arquibancada para tocar, muitos desceram e alguns permaneceram em seu lugar. As pessoas que desceram pegaram instrumentos e se puseram a tocar, eles tocavam os instrumentos de maneira correta, o que me fez assumir que todos ali já tinham feito a oficina algumas vezes. Quando o homem que comandava o grupo tocou o apito e os agbês começaram com seu chiado de cascavel, meu corpo inteiro se arrepiou. Eles foram seguidos pelos tambores, que pareciam entram em meu peito, meu coração parecia bater no ritmo dos tambores e zabumbas. Esses instrumentos foram seguidos pelos outros que não sei o nome, mas tem um som notadamente mais agudo. A mesma pessoa que estava a comandar a música também cantava e, como uma espécie de resposta, o grupo cantava em coro. Tenho certeza que qualquer um que olhasse para mim naquele momento veria meus olhos brilhar, eu estava realmente maravilhado com aquela apresentação
A Jade já conhecia o grupo e tinha ido algumas vezes nas oficinas, dava pra ver que ela queria muito descer da arquibancada para dançar e então nosso grupo a encorajou e ela o fez. Terminada uma música a jade voltou para a arquibancada e chamou o resto dogrupo para dançar também. Várias coisas passaram pela minha mente, que eu não estava com a roupa adequada (eu usava calça jeans aquele dia), que eu não conseguiria pegar os passos e que acabaria por atrapalhar a apresentação, mas por fim acabei indo dançar mesmo assim, porque apesar da insegurança dançar é uma das minhas paixões. Eu, Jade, Sayane, Gabriela e as Marianas dançamos junto ao Grupo Bloco de Pedra. Lembro de olhar para elas e dar risada, pois estávamos tendo problemas para entrar no ritmo (parte do meu riso vinha da vergonha). Lembro de fixar meu olhar em uma das mulheres do grupo que parecia mais experiente e tentar dançar seguindo os seus movimentos, dos pés, dos braços e nos rodopios.
Depois de alguns minutos dançando eu senti meu corpo relaxar e apenas dançar, acho que a vergonha e a rigidez de minha mente passaram e eu “me soltei” e apenas dancei. Quando dançávamos em volta dos músicos foi minha parte favorita, pois parecíamos cortejá-los de uma forma rítmica e energética. Numa dessas voltas que demos ao finalizá-la, ao invés de ficar à frente dos músicos entramos no meio deles e começamos a dançar e então eu, como estava a dançar, me senti cortejado por eles, como uma inversão de papéis num momento especial da música. Dançamos no meio dos músicos por mais um tempo e então a apresentação acabou seguida de uma grande salva de palmas e gritos de alegria.
Todos estavam se cumprimentando e agradecendo. Eu podia sentir duas coisas extremamente fortes em meu corpo, uma sensação de satisfação e alegria misturadas e uma sede enorme. Eu e as meninas nos juntamos e voltamos a arquibancada para nos encontrarmos com o resto do grupo e percebi que a oficina havia acabado com aquela última apresentação. Contudo o homem que guiava o grupo chamou a atenção para si e comunicou às pessoas da arquibancada que eles se apresentariam na festa junina que aconteceria na praça da rua de baixo e convidou a todos. Meu grupo se entreolhou e decidiu nós os seguiríamos e então, depois de beber uma água, nos pusemos em direção a praça. Chegando na praça vimos que em uma parte dela acontecia um evento que parecia ser de grupos de circo, não os de palhaços, mas sim aqueles que as pessoas utilizam o corpo para fazer movimentos que impressionam, essa parte estava decorada com fitas coloridas, haviam várias redes entre as árvores e também elásticos. Na outra parte da praça estava acontecendo a festa junina, haviam decorações típicas dessa festa e um palco onde cantava uma banca. Lembro-me de pensar que estávamos em 3 eventos de uma vez, o maracatu, o de circo e a festa junina e que este trabalho de IC seria 3 em 1. Havia barracas de comida na festa e o grupo inteiro estava com fome, então pensamos em comprar comida por ali, mas era uma festa comunitária então não estavam vendendo. A fome nos fez desistir de assistir a apresentação do Grupo Bloco de Pedra e ir comer em algum lugar. Eu não sei como, mas a Jade disse que sabia onde havia uma padaria então a seguimos, e nesse momento fui inundado com ainda mais felicidade, pois eu estava com muita fome, muita fome mesmo!
Fomos para padaria e de lá fomos para o metrô. O percurso do metrô foi difícil pra mim, porque depois de andar muito, dançar e comer meu corpo estava clamando para eu me deitar. Mas triunfei e junto com meu grupo cheguei na estação Sumaré. Eu parei na bilheteria para comprar a passagem e depois passei pela catraca sonhando em encontrar um lugar pra sentar no vagão. Esperamos o trem e quando ele chegou havia lugares vagos, um sentimento de sonho realizado me atingiu e eu consegui me sentar. Cheguei na estação Sacomã e pedi um uber, em questão de 20 minutos eu estava em casa.
Sensações do dia seguinte
Eu cheguei em casa no dia do evento muito cansado, então fui direto para o banho e depois disso jantei e fui para a cama. No outro dia de manhã acordei bem descansado e realizado por ter cumprido essa parte do trabalho. Um sentimento de nostalgia ainda estava a me abraçar por conta das rodas-de-capoeira que eu costumava ir. Além disso pensei que essa experiência foi extremamente importante para eu me aproximar mais dos meus colegas e tornar a nossa relação uma relação de amizade.
Sai de casa por volta das 10 horas da manhã para me encontrar com a Mariana e o Gabriel Colin na estação de Santo André para pegarmos um uber até a faculdade no campus de São Bernardo. Cheguei na estação as 10:25 e pegamos o uber as 10:40. Chegamos em São Bernardo as 11 horas e fomos para a aula. Depois da aula pegamos o fretado por volta das 12:10 e fomos para a estação de Santo André.
Nos encontramos na estação de trem de Santo André por volta das 13 horas. Alguns de nós tinham o Bilhete Único e já foram direto para as catracas, outros tiveram que pegar a fila da bilheteria para comprar o bilhete, como foi o meu caso. Depois ficamos conversando na plataforma esperando pelo trem.
A plataforma não estava muito cheia, assim como o trem, mas ainda ficamos em pé o trajeto inteiro. Durante o percurso no trem deu para notar como a cidade ia mudando conforme avançávamos as estações em direção ao nosso destino, as construções iam mudando de estilo assim como o ambiente (quantidade de árvores por exemplo).
Fizemos uma baldeação na estação Tamanduateí e então chegamos ao nosso destino. Já na estação dava para reparar a mudança de bairros, a plataforma tinha vidraças com fotos, de onde era possível ver uma avenida bem movimentada e arborizada.
Saímos da estação e nos perdemos um pouco até encontramos o endereço do evento. Mas ao entrarmos na rua certa já era possível ouvir o som dos tambores e naquele momento já fui envolvida pelas batidas. Ao entrarmos na escola já era possível ver a quadra e o grupo de Maracatu no centro dela, com os instrumentos no chão e desfazendo formação. O que me chamou atenção nesse momento foram as variedades das cores das roupas dos integrantes e o modo como eles estavam organizados na quadra, em pé e várias fileiras diferenciadas por instrumento.
O colorido das roupas se provou uma característica do evento, haviam várias mulheres e um homem com saias longas bastante coloridas e de diversas estampas. Os chocalhos também eram coloridos e os tambores tinham detalhes desenhados.
No centro da quadra ficava o pessoal com os instrumentos e em volta deles o pessoal que dançava. Nas arquibancadas, onde ficamos de início, tinham algumas pessoas assistindo. Percebi que era um evento bastante acolhedor no sentido de abraçar todo tipo de gente. Tinham pessoas bastante jovens como nós, mas também pessoas por volta dos 30 anos. E não só na idade, mas também no estilo, tinham pessoas usando roupas largas e coloridas, pessoas usando calça jeans, shorts, saia, vestido, camisa “esporte chique”. Pessoas descalças, de alpargatas, tênis, chinelo, rasteirinha, tinham alguns usando chapéu de palha, outros usando óculos de sol. Mas estavam todos envolvidos no ritmo da música e, aparentemente, esses detalhes não importavam.
Como o evento era uma oficina aberta de maracatu qualquer pessoa podia participar, mesmo não sabendo tocar os instrumentos ou dançar. O grupo tinha um líder responsável por “comandar” os instrumentos, então era ele quem escolhia as músicas e quem ditava o ritmo. O pessoal que tocava os instrumentos tinha uma espécie de coreografia que dava todo um movimento para a “banda”. Todas as músicas eram bem animadas e compostas por fortes batidas de tambor e não demorou muito para estarmos todos mexendo alguma parte do corpo acompanhando o ritmo.
As mulheres começaram a dançar e as suas saias faziam com que cada movimento ganhasse vida e cor. A dança é de base, ou seja, pés encostados no chão completamente. Os movimentos consistiam em passos ao ritmo dos tambores e movimentos com os braços semi-flexionados nas laterais e na frente do corpo. Dançavam não só mulheres, mas dois homens , um deles usando saia. Suas expressões faciais eram quase todas alegres e sorridentes, algumas demonstravam concentração. O mesmo se via nas pessoas que tocavam os instrumentos.
Logo, a Jade, integrante do nosso grupo, foi dançar com elas e depois fomos eu, as duas Marianas, a Sayane e o Pedro. Foi incrível estar ali e ter que aprender os passos e entrar no ritmo. Vendo de longe as pessoas dançando dava para notar que eles sentiam a música e foi exatamente o que aconteceu quando nos juntamos a eles e começamos a dançar em volta da quadra.
Passado cerca de uma hora, eles anunciaram que encerrariam o evento pois tinham uma apresentação para fazer na festa junina que estava acontecendo na rua de baixo da escola.
Decidimos ir com eles para a festa junina, e chegando lá nos deparamos com uma praça enorme e lotada. O clima era bastante descontraído e tinham várias pessoas praticando slackline e acrobacias. Tinha também uma barraca com comida gratuita: os moradores do bairro levavam um prato e assim compartilhavam a comida.
Depois da festa junina passamos em uma padaria para comer. Era uma padaria grande, com uma área de mesinhas e televisão, o preço dos alimentos era um pouco maior do que estávamos acostumados mas valeu a pena porque a qualidade deles era ótima. Ficamos ali por uns 30 minutos, cada um pediu seu prato e assistimos o final do jogo de Portugal. De lá voltamos para a estação, como já estava começando a escurecer algumas casas e comércios já tinham luzes acessas. Na estação paramos para comprar o bilhete de volta, não havia fila no momento e chagamos na plataforma bem rápido. No metrô viemos alguns sentados e outros em pé conversando, não tinha muita gente no nosso vagão. O trem, no percurso de volta, estava mais cheio, a faixa etária era, em maioria, entre 20 e 40 anos e tinham muitas pessoas vendendo comida. Alguns de nós já desceram em estações no meio do trajeto, eu, as duas Marianas e o Vinicius descemos em Santo André por volta das 18:25. Andei até o terminal pelo acesso subterrâneo e fui para o ponto do meu ônibus, que não estava muito cheio, naquele horário o trânsito estava mais carregado, cheguei em casa por volta das 19 horas, já estava escuro, mas ainda havia grande movimento nas ruas.
Sensações do dia seguinte
No dia seguinte acordei por volta das 9 horas da manhã ainda me sentindo cansada, mas muito realizada por termos conseguido ir ao evento e também porque foi muito mais legal e interessante do que eu pensei que seria.
Antes do evento eu nunca tinha ouvido falar sobre o maracatu ou ido para aquela parte de São Paulo. Portanto foi muito enriquecedor entrar em contato com essa expressão cultural e também conhecer mais uma parte da cidade que eu moro.
Gostei muito do projeto do Grupo Maracatu Bloco de Pedra e pretendo, quando tiver oportunidade, voltar para participar mais vezes.
Sai de casa por volta das 10 horas da manhã para me encontrar com a Mariana e o Gabriel Colin na estação de Santo André para pegarmos um uber até a faculdade no campus de São Bernardo. Cheguei na estação as 10:25 e pegamos o uber as 10:40. Chegamos em São Bernardo as 11 horas e fomos para a aula. Depois da aula pegamos o fretado por volta das 12:10 e fomos para a estação de Santo André.
Nos encontramos na estação de trem de Santo André por volta das 13 horas. Alguns de nós tinham o Bilhete Único e já foram direto para as catracas, outros tiveram que pegar a fila da bilheteria para comprar o bilhete, como foi o meu caso. Depois ficamos conversando na plataforma esperando pelo trem.
A plataforma não estava muito cheia, assim como o trem, mas ainda ficamos em pé o trajeto inteiro. Durante o percurso no trem deu para notar como a cidade ia mudando conforme avançávamos as estações em direção ao nosso destino, as construções iam mudando de estilo assim como o ambiente (quantidade de árvores por exemplo).
Fizemos uma baldeação na estação Tamanduateí e então chegamos ao nosso destino. Já na estação dava para reparar a mudança de bairros, a plataforma tinha vidraças com fotos, de onde era possível ver uma avenida bem movimentada e arborizada.
Saímos da estação e nos perdemos um pouco até encontramos o endereço do evento. Mas ao entrarmos na rua certa já era possível ouvir o som dos tambores e naquele momento já fui envolvida pelas batidas. Ao entrarmos na escola já era possível ver a quadra e o grupo de Maracatu no centro dela, com os instrumentos no chão e desfazendo formação. O que me chamou atenção nesse momento foram as variedades das cores das roupas dos integrantes e o modo como eles estavam organizados na quadra, em pé e várias fileiras diferenciadas por instrumento.
O colorido das roupas se provou uma característica do evento, haviam várias mulheres e um homem com saias longas bastante coloridas e de diversas estampas. Os chocalhos também eram coloridos e os tambores tinham detalhes desenhados.
No centro da quadra ficava o pessoal com os instrumentos e em volta deles o pessoal que dançava. Nas arquibancadas, onde ficamos de início, tinham algumas pessoas assistindo. Percebi que era um evento bastante acolhedor no sentido de abraçar todo tipo de gente. Tinham pessoas bastante jovens como nós, mas também pessoas por volta dos 30 anos. E não só na idade, mas também no estilo, tinham pessoas usando roupas largas e coloridas, pessoas usando calça jeans, shorts, saia, vestido, camisa “esporte chique”. Pessoas descalças, de alpargatas, tênis, chinelo, rasteirinha, tinham alguns usando chapéu de palha, outros usando óculos de sol. Mas estavam todos envolvidos no ritmo da música e, aparentemente, esses detalhes não importavam.
Como o evento era uma oficina aberta de maracatu qualquer pessoa podia participar, mesmo não sabendo tocar os instrumentos ou dançar. O grupo tinha um líder responsável por “comandar” os instrumentos, então era ele quem escolhia as músicas e quem ditava o ritmo. O pessoal que tocava os instrumentos tinha uma espécie de coreografia que dava todo um movimento para a “banda”. Todas as músicas eram bem animadas e compostas por fortes batidas de tambor e não demorou muito para estarmos todos mexendo alguma parte do corpo acompanhando o ritmo.
As mulheres começaram a dançar e as suas saias faziam com que cada movimento ganhasse vida e cor. A dança é de base, ou seja, pés encostados no chão completamente. Os movimentos consistiam em passos ao ritmo dos tambores e movimentos com os braços semi-flexionados nas laterais e na frente do corpo. Dançavam não só mulheres, mas dois homens , um deles usando saia. Suas expressões faciais eram quase todas alegres e sorridentes, algumas demonstravam concentração. O mesmo se via nas pessoas que tocavam os instrumentos.
Logo, a Jade, integrante do nosso grupo, foi dançar com elas e depois fomos eu, as duas Marianas, a Sayane e o Pedro. Foi incrível estar ali e ter que aprender os passos e entrar no ritmo. Vendo de longe as pessoas dançando dava para notar que eles sentiam a música e foi exatamente o que aconteceu quando nos juntamos a eles e começamos a dançar em volta da quadra.
Passado cerca de uma hora, eles anunciaram que encerrariam o evento pois tinham uma apresentação para fazer na festa junina que estava acontecendo na rua de baixo da escola.
Decidimos ir com eles para a festa junina, e chegando lá nos deparamos com uma praça enorme e lotada. O clima era bastante descontraído e tinham várias pessoas praticando slackline e acrobacias. Tinha também uma barraca com comida gratuita: os moradores do bairro levavam um prato e assim compartilhavam a comida.
Depois da festa junina passamos em uma padaria para comer. Era uma padaria grande, com uma área de mesinhas e televisão, o preço dos alimentos era um pouco maior do que estávamos acostumados mas valeu a pena porque a qualidade deles era ótima. Ficamos ali por uns 30 minutos, cada um pediu seu prato e assistimos o final do jogo de Portugal. De lá voltamos para a estação, como já estava começando a escurecer algumas casas e comércios já tinham luzes acessas. Na estação paramos para comprar o bilhete de volta, não havia fila no momento e chagamos na plataforma bem rápido. No metrô viemos alguns sentados e outros em pé conversando, não tinha muita gente no nosso vagão. O trem, no percurso de volta, estava mais cheio, a faixa etária era, em maioria, entre 20 e 40 anos e tinham muitas pessoas vendendo comida. Alguns de nós já desceram em estações no meio do trajeto, eu, as duas Marianas e o Vinicius descemos em Santo André por volta das 18:25. Andei até o terminal pelo acesso subterrâneo e fui para o ponto do meu ônibus, que não estava muito cheio, naquele horário o trânsito estava mais carregado, cheguei em casa por volta das 19 horas, já estava escuro, mas ainda havia grande movimento nas ruas.
Sensações do dia seguinte
No dia seguinte acordei por volta das 9 horas da manhã ainda me sentindo cansada, mas muito realizada por termos conseguido ir ao evento e também porque foi muito mais legal e interessante do que eu pensei que seria.
Antes do evento eu nunca tinha ouvido falar sobre o maracatu ou ido para aquela parte de São Paulo. Portanto foi muito enriquecedor entrar em contato com essa expressão cultural e também conhecer mais uma parte da cidade que eu moro.
Gostei muito do projeto do Grupo Maracatu Bloco de Pedra e pretendo, quando tiver oportunidade, voltar para participar mais vezes.
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